Conheça a verdadeira geração mimimi

Desde os primórdios da civilização, a relação entre gerações tem sido marcada por conflitos e incompreensões. Cada nova geração que surge é prontamente julgada pela anterior como preguiçosa, sem propósito ou desinteressada. Este padrão de crítica entre as gerações. é um ciclo que se repete ao longo dos séculos.

Fiz uma pesquisa para comprovar o que estou falando acima. Abaixo coloquei fatos, exemplos históricos, manchetes de jornais, revistas e opiniões de figuras importantes que encontrei na minha busca.

Primeiros Registros: Grécia Antiga

Já na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates, que viveu entre 469 e 399 a.C., reclamava sobre os jovens de sua época: “Os jovens de hoje amam o luxo, têm maus modos e desprezam a autoridade. Contradizem seus pais, cruzam as pernas e tiranizam seus mestres.” Essa queixa ecoa até os dias atuais, demonstrando que a percepção de uma geração mais jovem como rebelde e indisciplinada é tão antiga quanto a própria civilização.

Século XVIII: Revolução Industrial

Com a Revolução Industrial no século XVIII, surgiram novas críticas sobre as gerações mais jovens. Em 1780, Thomas Sheridan escreveu que a falta de habilidade na fala pelos jovens levava a “consequências desastrosas na condução de assuntos civis e eclesiásticos”. Em 1790, o Reverendo Enos Hitchcock criticou o acesso dos jovens a romances e peças teatrais, argumentando que “corrompiam a moral” e desviavam a juventude do conhecimento útil​ (Mental Floss)​.

Século XIX: A Revolução Industrial

No século XIX, a Revolução Industrial trouxe mais críticas às gerações mais jovens. Os jornais britânicos da época estavam cheios de reclamações sobre como os jovens trabalhadores eram desinteressados e menos produtivos do que seus antecessores. Em 1851, o “The Times” de Londres dizia: “A juventude de hoje não valoriza o trabalho duro e só pensa em diversão.” Em 1872, o “The Manchester Guardian” publicava que “os jovens estão mais preocupados com o lazer do que com o dever”​ (History Hustle)​.

Anos 1920: A Geração Perdida

Nos anos 1920, após a Primeira Guerra Mundial, a chamada “Geração Perdida” foi alvo de severas críticas. Jovens que buscavam novas formas de expressão e se afastavam das normas tradicionais eram vistos como desorientados e sem propósito. A revista “The Saturday Evening Post” publicou, em 1926, uma capa onde se lia: “A juventude que perdeu o rumo.” Em 1922, o “New York Times” citava uma mãe dizendo que era necessário restaurar os padrões saudáveis dos jovens​ (History News Network)​​ (History Hustle)​.

Anos 1930 e 1940

Nos anos 1930, Oswald Spengler, em “Hour of Decision”, lamentava os “maus modos” dos jovens e a vulgarização da sociedade. Em 1945, o “Dundee Evening Telegraph” criticava os jovens que preferiam atividades menos físicas, enquanto o “Shield Daily News” de 1947 notava que muitos jovens deixavam de frequentar a igreja após completarem a escola​ (History Hustle)​.

Anos 1960: A Revolução Cultural

Os anos 1960 foram marcados por movimentos contraculturais, como o movimento hippie, que pregava paz, amor e liberdade. A geração mais velha via os jovens como preguiçosos e irresponsáveis. Em 1967, o “New York Times” publicou: “Os hippies: uma geração sem futuro?” No Brasil, a revista “O Cruzeiro” trazia em sua capa: “Juventude alienada: entre a bossa nova e o rock’n’roll”​ (History Hustle)​​ (Arapahoe Libraries)​.

Anos 1980 e 1990: A Geração X

A Geração X, que cresceu nos anos 1980 e 1990, foi frequentemente criticada por sua suposta falta de ambição. Em 1990, a revista “Time” estampava: “Geração X: preguiçosa, cínica e sem objetivos?” No Brasil, a revista “Veja” publicou em 1995: “Geração coca-cola: o desinteresse da juventude de hoje”​ (Arapahoe Libraries)​​ (History Hustle)​.

Anos 2000 e 2010: Millennials e Geração Z

Os Millennials (nascidos entre 1981 e 1996) e a Geração Z (nascidos a partir de 1997) continuam a tradição de serem criticados pela geração anterior. Em 2013, a revista “Time” voltou ao tema com a capa: “Millennials: a geração mais narcisista de todas?” No Brasil, a revista “Época” publicou em 2016: “Geração mimimi: por que os jovens não aguentam críticas?”​ (Arapahoe Libraries)​​ (History Hustle)​.

Vamos pensar um pouco?

As críticas entre as gerações são, em grande parte, um reflexo das mudanças sociais, econômicas e tecnológicas que cada geração enfrenta. A frase de Jean Cocteau, “O futuro pertence àqueles que sabem esperar”, reflete a visão de que cada geração encontrará seu caminho e propósito, apesar das críticas.

Além disso, letras de músicas como “My Generation” da banda The Who, que canta “Hope I die before I get old” (“Espero morrer antes de envelhecer”), ilustram o espírito rebelde e a autodefesa da juventude contra as percepções negativas.

O que podemos aprender com essa análise histórica é que a crítica às novas gerações é um ciclo contínuo, um museu cheio de grandes novidades, como diria a canção de Cazuza. O futuro realmente repete o passado, e talvez, ao entender esse padrão, possamos construir pontes entre as gerações ao invés de muralhas. Afinal, como disse Aristóteles, “A esperança é o sonho do homem acordado”, e é a esperança de um entendimento mútuo que deve guiar nossas interações . Sempre disse que não deve ser conflito de gerações e sim, encontro de gerações. O melhor de cada uma sendo melhor pro todas.

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